domingo, 27 de novembro de 2011

Ordem

A Ordem é o sacramento graças ao qual a missão confiada por Cristo aos Apóstolos continua a ser exercida na Igreja, até ao fim dos tempos; é, portanto, o sacramento do ministério apostólico. E compreende três graus: o episcopado, o presbiterado e o diaconado.
 A palavra Ordem, na antiguidade romana, designava corpos constituídos no sentido civil, sobretudo o corpo dos que governavam.
O povo eleito foi constituído por Deus como “um reino de sacerdotes e uma nação consagrada” (Ex 19, 6). Mas, dentro do povo de Israel, Deus escolheu uma das doze tribos, a de Levi, segregada para o serviço litúrgico; o próprio Deus é a sua parte na herança. Um rito próprio consagrou as origens do sacerdócio da Antiga Aliança. Nela, os sacerdotes são “constituídos em favor dos homens, nas coisas respeitantes a Deus, para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados”.
Instituído para anunciar a Palavra de Deus e para restabelecer a comunhão com Deus pelos sacrifícios e a oração, aquele sacerdócio é, no entanto, impotente para operar a salvação, precisando de repetir sem cessar os sacrifícios, sem poder alcançar uma santificação definitiva a qual só o sacrifício de Cristo havia de conseguir.
Desde as origens, o ministério ordenado foi conferido e exercido em três graus: o dos bispos, o dos presbíteros e o dos diáconos. Os ministérios conferidos pela ordenação são insubstituíveis na estrutura orgânica da Igreja: sem bispo, presbíteros e diáconos, não pode falar-se de Igreja.
O bispo recebe a plenitude do sacramento da Ordem que o insere no colégio episcopal e faz dele o chefe visível da Igreja particular que lhe é confiada. Os bispos, enquanto sucessores dos Apóstolos e membros do Colégio, têm parte na responsabilidade apostólica e na missão de toda a Igreja, sob a autoridade do Papa, sucessor de São Pedro.
Os presbíteros estão unidos aos bispos na dignidade sacerdotal e, ao mesmo tempo, dependem deles no exercício das suas funções pastorais; são chamados a ser os cooperantes providentes dos bispos; formam, à volta do seu bispo, o presbitério, que assume com ele a responsabilidade da Igreja particular. Os presbíteros recebem do bispo o encargo de uma comunidade paroquial ou de uma função eclesial determinada.
Os diáconos são ministros ordenados para as tarefas de serviço da Igreja; nas recebem o sacerdócio ministerial, mas a ordenação confere-lhes funções importantes no ministério da Palavra, culto divino, governo pastoral e serviço da caridade, encargos que eles devem desempenhar sob a autoridade pastoral do seu bispo.
A Igreja confere o sacramento da Ordem somente a homens baptizados, cujas aptidões para o exercício do ministério tenham sido devidamente reconhecidas. Compete à autoridade da Igreja a responsabilidade e o direito de chamar alguém para receber a Ordem. 

Unção dos doentes

“Pela santa Unção dos Enfermos e pela oração dos presbíteros, toda a Igreja encomenda os doentes ao Senhor, sofredor e glorificado, para que os alivie e os salve; mais ainda, exorta-os a que, associando-se livremente à paixão e morte de Cristo, concorram para o bem do povo de Deus”.
A doença e o sofrimento estiveram sempre entre os problemas mais graves que afligem a vida humana.
A doença pode levar à angústia, ao fechar-se em si mesmo e até, por vezes, ao desespero e à revolta contra Deus. Mas também pode tomar uma pessoa mais amadurecida, ajudá-la a discernir, na sua vida, o que não é essencial para se voltar para o que o é. Muitas vezes, a doença leva à busca de Deus, a um regresso a Ele.
(…)
A compaixão de Cristo para com os doentes e as suas numerosas curas de enfermos de toda a espécie são um sinal claro de que “Deus visitou o seu povo” e de que o Reino de Deus está próximo. Jesus tem poder não somente para curar, mas também para perdoar os pecados: veio curar o homem na sua totalidade, alma e corpo; é o médico de que os doentes precisam.
Frequentemente, Jesus pede aos doentes que acreditem. Serve-se de sinais para curar: saliva e imposição das mãos, lodo e lavagem. Por seu lado, os doentes procuram tocar-Lhe, “porque saía d’Ele uma força que a todos curava” (Lc 6, 19). Por isso, nos sacramentos, Cristo continua a “tocar-nos” para nos curar.
A Unção dos Enfermos “não é sacramento só dos que estão prestes a morrer. Por isso, o tempo oportuno para a receber é certamente quando o fiel começa, por doença ou por velhice, a estar em perigo de morte”.
Se um doente que recebeu a Unção recupera a saúde, pode, em caso de nova enfermidade grave, receber outra vez este sacramento. No decurso da mesma doença, este sacramento pode ser repetido se o mal se agrava. É conveniente receber a Unção dos Enfermos antes de uma operação cirúrgica importante. E o mesmo se diga a respeito das pessoas de idade, cuja fragilidade se acentua.
Só os sacerdotes (bispos e presbíteros) são ministros da Unção dos Enfermos.
Como todos os sacramentos, a Unção dos Enfermos é uma celebração litúrgica e comunitária, quer tenha lugar no seio da família, quer no hospital ou na igreja, para um só doente ou para um deles.
Efeitos da celebração deste sacramento:
- Um dom particular do Espírito Santo. A primeira graça deste sacramento é uma graça de reconforto, de paz e de coragem para vencer as dificuldades próprias do estado de doença grave ou da fragilidade da velhice;
- A união à paixão de Cristo;
- Uma graça eclesial. Os doentes que recebem este sacramento, “associando-se livremente à paixão e morte de Cristo, concorrem para o bem do povo de Deus”;
- Uma preparação para a última passagem

Reconciliação - Penitência (Confissão)

“Aqueles que se aproximam do sacramento da Penitência obtêm da misericórdia de Deus o perdão da ofensa a Ele feita e, ao mesmo tempo, são reconciliados com a Igreja, que tinham ferido com o seu pecado, a qual, pela caridade, exemplo e oração, trabalha pela sua conversão”. É chamado sacramento da conversão, porque realiza sacramentalmente o apelo de Jesus à conversão e o esforço de regressar à casa do Pai, da qual o pecador se afastou pelo pecado.

É chamado sacramento de Penitência, porque consagra uma caminhada pessoal e eclesial de conversão, de arrependimento e de satisfação por parte do cristão pecador.
É chamado sacramento da confissão, porque o reconhecimento, a confissão dos pecados perante o sacerdote é essencial deste sacramento. Num sentido profundo, este sacramento é também uma “confissão”, reconhecimento e louvor da santidade de Deus e da sua misericórdia para com o homem pecador.
É chamado sacramento do perdão, porque, pela absolvição sacramental do sacerdote, Deus concede ao penitente “o perdão e a paz”.
É chamado sacramento da Reconciliação, porque dá ao pecador o amor de Deus que reconcilia: “Deixai-vos reconciliar com Deus” (2Cor 5,20). Aquele que vive do amor misericordioso de Deus está pronto para responder ao pelo do Senhor: “Vai primeiro reconciliar-te com teu irmão” (Mt 5, 24).
 Jesus chama à conversão. Tal apelo é parte essencial do anúncio do Reino: “O tempo chegou ao seu termo, o Reino de Deus está próximo; convertei-vos e acreditai na boa-nova” (Mc 1, 15).
Ora, o apelo de Cristo à conversão continua a fazer-se ouvir na vida dos cristãos. Esta segunda conversão é uma tarefa ininterrupta para toda a Igreja, que “contém pecadores no seu seio” e que é, “ao mesmo tempo, santa e necessitada de purificação, prosseguindo constantemente no seu esforço de penitência e de renovação”. Este esforço de conversão não é somente obra humana. É o movimento do “coração contrito”, atraído e movido pela graça para responde ao amor misericordioso de Deus, que nos amou primeiro.
Como já acontecia com os profetas, o apelo de Jesus à conversão e à penitência não visa primariamente as obras exteriores, “o saco e a cinza”, os jejuns e as mortificações, mas a conversão do coração, a penitência interior. Sem ela, as obras de penitência são estéreis e enganadoras; pelo contrário, a conversão interior impele à expressão dessa atitude em sinais visíveis, gestos e obras de penitência.
(…)
O coração do homem é pesado e endurecido. É necessário que Deus dê ao homem um coração novo. A conversão é, antes de mais, obra da graça de Deus, a qual faz com que os nossos corações se voltem para Ele: “Convertei-nos, Senhor, e seremos convertidos” (Lm 5, 21). Deus é quem nos dá a coragem para começar de novo.
O coração humano converte-se, ao olhar para Aquele a quem os nossos pecados trespassaram: “Tenhamos os olhos fixos no sangue de Cristo e compreendamos quanto Ele é precioso para seu Pai, pois que, derramado para nossa salvação, proporcionou ao mundo inteiro a graça do arrependimento”.
(…)
O pecado é, antes de mais, ofensa a Deus, ruptura da comunhão com Ele. Ao mesmo tempo, é um atentado contra a comunhão com a Igreja. É por isso que a conversão traz consigo, ao mesmo tempo, o perdão de Deus e a reconciliação com a Igreja, o que é expresso e realizado liturgicamente pelo sacramento da Penitência e Reconciliação.
Só Deus perdoa os pecados. Jesus, porque é Filho de Deus, diz de Si próprio: “O Filho do Homem tem na terra o poder de perdoar os pecados” (Mc 2, 10) e exerce este poder divino: “Os teus pecados são-te perdoados!” (Mc 2, 5). Mais ainda: em virtude da sua autoridade divina, concede este poder aos homens para que o exerçam em seu nome.
(…)
A confissão (a acusação) dos pecados, mesmo de um ponto de vista simplesmente humano, liberta-nos e facilita a nossa reconciliação com os outros. Pela confissão, o homem encara de frente os pecados de que se tornou culpado; assume a sua responsabilidade e, desse modo, abre-se de novo a Deus e à comunhão da Igreja, para tornar possível um futuro diferente.  

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Festa das Sopas

Vai ser no próximo dia 27, na cave da casa paroquial. 
Há novidades: actuação de uma banda musical da freguesia, os Why Not?. Banda a dar os seus primeiros passos. Ocasião para apoiar estes jovens.
No final da missa das 11:30, far-se-á a apresentação de um livro sobre a professora Luzia, que tanto fez pela nossa paróquia.
Os fundos que se angariarem serão para continuar a pagar as obras da casa paroquial e do cartório. 
Venha estar com a comunidade. 

domingo, 13 de novembro de 2011

Eucaristia

O sacramento da Eucaristia

A sagrada Eucaristia completa a iniciação cristã.   
“O nosso Salvador instituiu na última ceia, na noite em que foi entregue, o sacrifício eucarístico do seu corpo e sangue, para perpetuar pelo decorrer dos séculos, até voltar, o sacrifício da cruz, confiando à Igreja, sua esposa amada, o memorial da sua morte e ressurreição: sacramento de piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade, banquete pascal em que se recebe Cristo, a alma se enche de graça e nos é dado o penhor da glória futura”.
A Eucaristia é “fonte e cume de toda a vida cristã”. “Os restantes sacramentos, assim como todos os ministérios eclesiásticos e obras de apostolado, estão vinculados com a sagrada Eucaristia e a ela se ordenam. Com efeito, na santíssima Eucaristia está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, nossa Páscoa”.
Pela celebração eucarística, unimo-nos desde já à liturgia do céu e antecipamos a vida eterna, quando “Deus for tudo em todos” (1Cor 15, 18).
No centro da celebração da Eucaristia temos o pão e o vinho que, pelas palavras de Cristo e pela invocação do Espírito Santo, se tornam o corpo e o sangue do mesmo Cristo. Fiel à Ordem do Senhor, a Igreja continua a fazer em memória d’Ele e até à sua vinda gloriosa, o que Ele fez na véspera da sua paixão: “Tomou o pão…”, “Tomou o cálice com vinho…”. Tornando-se misteriosamente o corpo e o sangue de Cristo, os sinais do pão e do vinho continuam a significar também a bondade da criação. Por isso, no ofertório (apresentação das oferendas), nós damos graças ao Criador pelo pão e pelo vinho, fruto “do trabalho do homem”, mas primeiramente “fruto da terra” e “da videira”, dons do Criador. (Catecismo da Igreja Católica)  

Sacramentos

Os sete Sacramentos da Igreja
Os sacramentos da nova Lei foram instituídos por Cristo e são em número sete, a saber: o Baptismo, a Confirmação, a Eucaristia, a Penitência, a Unção dos Enfermos, a Ordem e o Matrimónio. Os sete sacramentos tocam todas as etapas e momentos importantes da vida do cristão: outorgam nascimento e crescimento, cura e missão à vida de fé dos cristãos. Há aqui uma certa semelhança entre as etapas da vida natural e as da vida espiritual.

Confirmação (Crisma)

Confirmação

Com o Baptismo e a Eucaristia, o sacramento da Confirmação constitui o conjunto dos “sacramentos da iniciação cristã”, cuja unidade deve ser salvaguardada. Por isso, é preciso explicar aos fiéis que a recepção deste sacramento é necessária para a plenitude da graça baptismal. Com efeito, os baptizados “pelo sacramento da Confirmação, são mais perfeitamente vinculados à Igreja, enriquecidos com uma força especial do Espírito Santo e deste modo ficam mais estritamente obrigados a difundir e a defender a fé por palavras e obras, como verdadeiras testemunhas de Cristo”.
No rito deste sacramento, convém considerar o sinal da unção e o que essa unção designa e imprime: o selo espiritual. A unção, na simbologia bíblica e antiga, é rica de numerosas significações: o óleo é sinal de abundância e de alegria, purifica (antes e depois do banho) e torna ágil (unção dos atletas e lutadores); é sinal de cura, pois suaviza as contusões e as feridas e torna radiante de beleza, saúde e força.
Todos estes significados da unção com óleo se reencontram na vida sacramental.
(…)
Um momento importante que precede a celebração da Confirmação, mas que, de certo modo, faz parte dela, é a consagração do santo crisma. É o bispo que, na quinta-feira Santa, no decorrer da missa crismal, consagra o santo crisma para toda a sua diocese.
 Ressalta desta celebração que o efeito do sacramento da Confirmação é uma efusão especial do Espírito Santo, tal como outrora foi concedida aos Apóstolos, no dia de Pentecostes.
Por esse facto, a Confirmação proporciona crescimento e aprofundamento da graça baptismal:
- Enraíza-nos mais profundamente na filiação divina, que nos leva a dizer «Abba! Pai!» (Rm 8, 15);
- Une-nos mais firmemente a Cristo;
- Aumenta em nós os dons do Espírito Santo;
- Torna mais perfeito o laço que nos une à Igreja;
- Dá-nos uma força especial do Espírito Santo para propagarmos e defendermos a fé, pela palavra e pela acção, como verdadeiras testemunhas de Cristo, para confessarmos com valentia o nome de Cristo, e para nunca nos envergonharmos da cruz.
Tal como o Baptismo, de que é a consumação, a Confirmação é dada uma só vez. Com efeito, a Confirmação imprime na alma uma marca espiritual indelével, o “carácter”, que é sinal de que Jesus Cristo marcou um cristão com o selo do seu Espírito, revestindo-o da fortaleza do Alto, para que seja sua testemunha.
Todo o baptizado ainda não confirmado pode e deve receber o sacramento da Confirmação.
Se por vezes se fala da Confirmação como “sacramento de maturidade cristã”, não deve, no entanto, confundir-se a idade adulta da fé com a idade adulta do crescimento natural, nem esquecer-se que a graça baptismal é uma graça de eleição gratuita e imerecida, que não precisa duma “ratificação” para se tornar efectiva.
Para receber a Confirmação é preciso estar em estado de graça. Convém recorrer ao sacramento da Penitência para ser purificado, em vista do dom do Espírito Santo. E uma oração mais intensa deve preparar para receber com docilidade e disponibilidade a força e as graças do Espírito Santo. 
Tanto para a Confirmação, como para o Baptismo, convém que os candidatos procurem a ajuda espiritual dum padrinho ou de uma madrinha.
O ministro originário da Confirmação é o bispo. (Catecismo da Igreja Católica)