sexta-feira, 23 de abril de 2021

Que Bom Pastor?

 

Celebramos o "Dia do Bom Pastor". Vivemos em tempo de sobrevalorização dos animais, a ponto de, num  dos países da América Latina, já se estar a fazer proposta de lei para considerar os animais como "pessoas não humanas". Elevá-los ao nível de pessoa é conceder-lhes direitos que se igualem aos humanos, se bem que não se lhes podem dar deveres, porque eles não são racionais, não tendo, por isso, capacidade para os entender e, como tal, para os cumprir.

Celebrar o Cristo Bom Pastor é imagem bela para que
tomemos consciência de que somos "rebanho" conduzido, guiado e amado, por Aquele que se se fez um e nós
, pondo-se ao nosso nível, para manifestar o infinito amor com que Deus ama, capacitando-nos, assim, para o entendimento desse amor, precisamente porque foi, é, em humanidade que Ele se manifesta, se dá a conhecer. O Senhor não enviou um Anjo, ou um outro ser espiritual, veio Ele mesmo, assumindo a natureza humana, para poder comunicar-Se a nós de modo que pudéssemos entender.

Bom Pastor que guia o seu rebanho, o seu Povo, por caminhos plenos de verdade e de vida, a pastagens que alimentam em eternidade, fazendo-se Ele mesmo alimento. É muito mais profunda, esta imagem do Bom Pastor, que aquilo que podemos alcançar. somos guiados, levados, alimentados, para viver eternamente, não conduzidos e alimentados para, no fim, ser mortos em proveito do pastor; o nosso Pastor adquiriu-nos, não a preço de ouro ou prata, mas a preço do seu sangue, deixando que a sua vida fosse um permanente "desfazer-se" a si mesmo, para "fazer" de nós filhos. Hoje, Ele continua a "derreter-se" em misericórdia e ternura, pegando-nos ao colo, cumulando-nos de Graça e suspirando que nos confiemos à vida que nos oferece. Aos mais frágeis olha-os e ama-os com um amor misericordioso que passa "para além daquilo que é o infinito".

Pastor bom, que se faz vida e alimento na liberdade que nos oferece e em que podemos recusá-Lo e ser tudo aquilo que Lhe seja contrário e ofensivo. Haverá comunhão de vida, em ato de entrega e aceitação, na relação humano-divina do Bom Pastor com o seu Rebanho, na medida, e tanto quanto, nós, as suas ovelhas nos deixarmos confiadamente conduzir e amar por Ele.

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