sábado, 11 de junho de 2016

Ensinar os Ignorantes (Obras de Misericórdia)

 Talvez não nos demos conta do que é de facto um ignorante. Por vezes identificamo-lo com um "estúpido", não é isso. Ignorante é aquele que não
sabe, que desconhece algo.
Aqui, é preciso ter em conta alguns aspetos. Há os ignorantes, que o são por não saberem, sem culpa própria, e há aqueles que não sabem por não querem saber. Nestes casos, é-lhes imputada culpa pelo facto de não saberem por não quererem saber. Sendo a sabedoria um dos dons do Espírito Santo, ela deve ser procurada e acolhida, porquanto nos leva a viver segundo o prejeto de Deus. Porque a sabedoria não é simplesmente o saber muitas coisas, mas o saber as segundo ao "olhar e o coração" de Deus.
É doloroso ser-se ignorante por opção, mas é mais que isso quando, ignorantes que somos, nos julgamos sábios e sem necessidade de buscar mais conhecimento. Presumimos conhecimentos e sabedoria e, por isso mesmo, nos julgamos aptos a debitar opinião sobre tudo e todos. 
À responsabilidade que nos advém da ignorância voluntária, junta-se aquela que nos leva a fzer julgamento dos demais, sem fundamento, e ainda que com ele, sem o direito a fazê-lo, porque esse, com justiça, só a Deus pertence. Ao mal que acontece por nos julgarmos sábios e, por isso, superiores, é acumulado aquele que nos faz permanecer e continuar nesse estado. Ao ignorante não serão pedidas contas do que ignora, mas sê-lo-á feito, com mais veemência, sobre o motivo e as causas da ignorância.
Que atitude tomar? Ensinar os ignorantes, é Obra de Misericórdia, que se põe em prática, só e apenas quando, ao nosso querer vivê-la se junta o querer aprender por parte de alguém. Não vale a pena atirarmos culpas sobre os demais, porque, nas coisas de Deus, geralmente, a culpa da ignorância é pessoal: não sabe quem não pode, ou então quem não procura. Fontes de formação acontecem a todo o passo, e acontecerão sempre mais, consoante a necessidade e a sede que haja. Naturalmente, é mais cómodo o sofá, os olhos fechados ao que existe e dizer que não há, do que levantar-se, acorrer e chegar ao que há, por pouco que seja.

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