O Evangelho de hoje (XVII Domingo Comum, ano C) apresenta-nos
os discípulos a pedir a Jesus que os ensine a rezar. Ele ensinou a rezar em
atitude de Pai Nosso, aquela oração, antes de mais, mas que toda a oração seja
assim mesmo, de confiança, de dar glória, pedido do essencial para a vida e do
perdão pelos pecados.
Insiste Jesus no facto que que é preciso
pedir com insistência, não necessariamente com muitas palavras, mas muito. Quase ao jeito de “fazer perder a paciência” a Deus. Como diz Jesus: se vocês, durante a noite, pedirem muito a um amigo que vos empreste um pão, ele empresta, se não for por amizade, ao menos para se deixar de vos ouvir a azucrinar os ouvidos.
pedir com insistência, não necessariamente com muitas palavras, mas muito. Quase ao jeito de “fazer perder a paciência” a Deus. Como diz Jesus: se vocês, durante a noite, pedirem muito a um amigo que vos empreste um pão, ele empresta, se não for por amizade, ao menos para se deixar de vos ouvir a azucrinar os ouvidos.
Se vocês pedirem com insistência, coisas boas, Deus dá. Esta
é uma certeza que só se tem quando dela se faz experiência. Deus dá, realmente.
Senti-lo-emos se lhe percebermos o Amor e a linguagem.
“Se um de vós for pai e um filho lhe pedir peixe, em vez de peixe dar-lhe-á
uma serpente?”. Deus não dá serpente por peixe, mas nós
fazemo-lo e tantas vezes com consciência disso! Sabemos nós, todos nós, que em
muitos casos os pais cedem diante das exigências os filhos. Porque eles, como
nós, se deixaram envolver pelo pensamento e modo de agir dos demais, deixando
de ser eles próprios para serem aquilo que os outros querem que sejam. Não, não
são eles apenas, os mais novos, é cada um de nós, se não está muito atento,
vigilante e bem cimentado na força que só de Deus vem.
“Hoje é muito difícil educar”, ouvimos muitas
vezes e é bem verdade. Temos a pressão da sociedade, que está, literalmente, a
destruir o ser humano, como pessoa que é, e que se impõe aos pais, aqueles que
que por direito próprio têm a missão de educar. Não podemos ferir, machucar sensibilidades,
porque estamos a causar traumas. Esquecemos que nascer dói, cair dói, crescer
dói… mas é isso que nos traz à vida e nos faz viver.
Damos uns aos outros, os pais aos filhos também,
serpentes venenosamente enganadoras, possuidoras de um veneno tão subtil, que se espalha no sangue da
vida tão suavemente que nos esconde a consciência e só quando não há retorno
nos apercebemos de que estamos a morrer, mortos talvez já, mas ainda com um
coração a bater e um corpo que se movimenta.
O diabo foi identificado como uma serpente e
serpente venenosa e enganadora continua a ser e descaradamente a atuar e a morder,
porque lhe damos “todo” o espaço que quer. Com toda a facilidade damos serpentes
em vez de peixe, assim vamos morrendo e matando, cedendo ao príncipe do mundo..
“Se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto
mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedem!”. Pois é… Deus não dá necessariamente o que pedimos, mas aquilo que é bom
para nós. É claro que isso não nos agrada propriamente! Deus dá a luz e a força
para nos ajudar a discernir e a fazer o que é de nossa essência, o que é bom.
“Vigiai e orai, para não cairdes em tentação. O espírito está pronto,
mas a carne é fraca” (Mt 26,41)
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